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Obesidade é uma condição física prejudicial à saúde, tratada formalmente como doença crônica pelos órgãos oficiais de saúde como a OMS – Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde no Brasil.

É necessário entender que uma doença crônica (clique aqui para ver) é aquela que não possui tratamento em um curto espaço de tempo, fórmulas mágicas para emagrecer em uma semana estão te enganando.  

O tratamento da obesidade e do sobrepeso é longo e exige muitos cuidados. Não é de se resolver com simples dietas ou simples exercícios físicos, na verdade envolve uma significativa gama de fatores.

Há questões genéticas, alimentares, físicas, psicológicas, emocionais, entre muitas outras questões que permeiam a condição de obesidade ou sobrepeso de alguém.

Apesar de serem muitos os fatores envolvidos há uma lógica simples no processo de ganho de peso de uma pessoa.

Energia celular

O raciocínio é literalmente matemático: Quantidade de energia gasta vs Quantidade de energia ingerida. Simples assim.

Dessa equação simples é que se desenvolve uma quantidade gigantesca de variáveis que afeta a vida das pessoas, seja no seu convívio pessoal ao sentir-se mal com o excesso de peso e o aspecto do corpo, seja no convívio social quando há situações de discriminação, ou dificuldade de se relacionar com outras pessoas e, principalmente, na questão da saúde.

 

Obesidade como Epidemia:

Dados de diversos órgãos de saúde pelo mundo apontam que vem ocorrendo um crescente aumento da quantidade de pessoas obesas em todo lugar.

A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO indica levantamento da OMS (clique aqui para ver) que apresenta dados de que teremos até 2025:

– 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso no mundo.

– 700 milhões de adultos obesos

– cerca de 75 milhões de crianças com sobrepeso e obesidade

No Brasil esses dados também são significativos, da ordem de:

– 50% dos Brasileiros adultos acima do peso

– 15% das crianças acima do peso e obesidade.

Evolução Social Moderna e a Obesidade

Disponibilidade de alimentos

O histórico de comportamento social nas grandes cidades e nas comunidades, além do acesso a tecnologias que tornaram a vida das pessoas mais fácil, cômoda e confortável são os grandes responsáveis por esses elevados números relacionados à obesidade e ganho de peso.

A relação da nossa sociedade atual com o alimento mudou muito nos últimos anos.

Um mar de alimentos industrializados

Nem é necessário voltar muito no tempo para perceber essas mudanças, poucos anos atrás os alimentos industrializados disponíveis eram em menor quantidade e hoje o que temos é uma verdadeira avalanche deles.

Não havia uma disponibilidade tão grande de alimentos industrializados, embalados, comidas rápidas como os sanduíches e, menos ainda, com entrega fácil na nossa casa.

No campo, as técnicas de cultivo deixaram de ser artesanais, as áreas cultivadas aumentaram muito em espaço e capacidade de produção.

Alimentos mais calóricos (carboidratos) e com menos nutrientes ficaram mais baratos e mais acessíveis.

Menos atividades físicas

Somado à facilidade de acesso aos alimentos super calóricos houve uma mudança social no sentido das facilidades e do comodismo. Busca-se a todo custo evitar toda e qualquer atividade que requeira de nós algum esforço físico.

Atividades rotineiras do dia a dia que antes funcionavam como verdadeiro exercício para o emagrecimento hoje são evitadas.

O transporte, a urbanização, e outras modernidades limitaram a necessidade de as pessoas fazerem esforço físico e queimar a energia do próprio corpo.

O transporte público e o particular passaram a evitar que pessoas caminhem, o elevador e as escadas rolantes evitam que as pessoas subam alguns degraus, até mesmo o controle remoto da TV passou a evitar que as pessoas levantem do sofá para mudar de canal, os aplicativos de celular permitem que façamos várias coisas sem sair do lugar, como, por exemplo, escolher e pedir comida.

Somadas essas realidades atuais criamos o cenário perfeito para que as pessoas passem a consumir mais e gastar muito menos energia.

Imagine que fazer uma viagem hoje, indo do extremo norte ao extremo sul do país é algo que pode gastar a mesma energia física que jogar uma partida de futebol ou praticar uma ou duas horas de dança.

Isso porque na viagem, com as facilidades de acesso a transporte, uma pessoa pode sair da garagem de sua casa dentro de um carro, seguir para o aeroporto, caminhar poucos metros até entrar em um avião, dormir durante a viagem e na chegada, sair do avião e entrar em outro carro até o seu destino final.

Essa realidade é o extremo que se poderia exemplificar em percorrer distância tão grande gastando tão pouca energia do corpo.

O alimento e as dietas para emagrecimento

Mulheres no comando.

Com o desenvolvimento do capitalismo juntamente com a modernidade houve uma mudança de cenário na realidade das famílias ao redor do mundo. As mulheres passaram a trabalhar não apenas em casa, mas assumiram postos de trabalho e liderança nas Empresas e corporações.

Em contrapartida, sem tempo necessário para dedicar-se aos cuidados de casa, as Famílias precisaram recorrer a serviços pagos. 

A alimentação das pessoas passou a ser um grande negócio para a indústria. Como as pessoas não possuem mais tanto tempo para preparar seu próprio alimento necessitam comprá-lo. Eis aí uma grande oportunidade de lucro.

A Indústria viu essa oportunidade e desenvolveu um vasto mercado de alimentos ultra processados, conservados e industrializados para atender a essa demanda.

Os preços foram barateados e ficou muito mais cômodo alimentar-se, com muito menos esforço, mesmo que a alimentação seja pobre em nutrientes e vitaminas é a opção mais acessada, também porque os efeitos dessa alimentação são percebidos somente em longo prazo.

Nesse contexto de peso aumentado da população há um enfoque grande em dieta para emagrecimento que recomenda, em sua maioria, preparar a própria comida, usar alimentação natural, feita em casa. 

Crianças tomam muito mais refrigerantes, comem muito mais sanduíches, e consomem muito rotineiramente produtos industrializados, salgadinhos, doces, e outros tipos de conservas.

Essa praticidade trouxe para nossa realidade uma incidência enorme de obesidade infantil, que é muito prejudicial, pois expõe nossas crianças ao risco de serem obesas o resto de suas vidas.

O que esse contexto tem a ver comigo que não sou obeso?

Não dá pra dizer que a culpa é somente desse sistema industrializado de distribuição de alimentos, afinal, ninguém obriga as pessoas a comerem o que não é saudável.

Diretamente não há uma obrigação, isso é fato, mas indiretamente sim.

As relações sociais hoje quase sempre envolvem “comida fácil”

As propagandas, a instituição de uma cultura social de consumo de facilidades, as necessidades de tempo e praticidade para cumprir as exigências da vida moderna de trabalho, estudo e, até mesmo, das relações sociais pois convivemos diariamente (no trabalho, na escola, na igreja, etc) com pessoas que estão tomadas por esses hábitos.

Todo esse cenário faz com que pessoas se sintam fora de contexto (excluídos do grupo social) quando decidem cozinhar o próprio alimento, comer alimentos naturais (e não industrializados ou fast foods), não consumir refrigerantes e sucos industrializados ou, simplesmente, que queiram praticar exercícios físicos ao invés de tomar um remédio para emagrecimento.

Perceber que tudo isso pode estar por trás da obesidade de uma pessoa ou do desenvolvimento de seu sobrepeso é fundamental para racionalizarmos nossas atitudes em relação a esse assunto e, consequentemente, conseguirmos nos livrar das consequências danosas que esses comportamentos nos trazem.

Obesidade no Mundo

A FAO – Food and Agriculture Organization (FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) apresenta dados muito impactantes em relação à obesidade da população mundial.

Primeiro que a FAO já trata a Obesidade como PANDEMIA (doença que alcança a população localizada em uma grande região geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o Planeta Terra).

Em matéria veiculada em 29/07/2019 o diretor geral da FAO, José Graziano da Silva, tratando da epidemia (ou pandemia) da obesidade, sugeriu que: “as cidades podem promover circuitos locais para que não apenas cachorros quentes e hambúrgueres estejam disponíveis”.

No dia 16/07/2019 foi destacado também pela FAO que “já existem mais obesos do que famintos no mundo” e ainda que “no Brasil, a obesidade é estimada em 22,1% pela OMS. Já o sobrepeso, em 56,5%”.

São dados extremamente preocupantes que merecem atenção das pessoas, afinal todos fazem parte desse sistema global de consumo e estão sujeitos aos seus efeitos.

Saúde ou Estética?

Emagrecer é uma questão de saúde ou de estética? Uma coisa não exclui a outra!. A maioria esmagadora das pessoas com insatisfação em relação ao peso do corpo pretende perder peso para melhorar sua condição estética e física.

Poder e autoestima

Do contrário, quem se sente frustrado com sua condição física tem maiores possibilidades de se sentir-se frustrado também em outros aspectos de sua vida, entrar em um ciclo de baixa autoestima, evoluir para a depressão e esmorecer a ponto de deixar de buscar outras pretensões.O que não é um problema, ao contrário, isso também é bom. Alguém que se sente feliz com o próprio corpo tem claramente maior facilidade de se relacionar, melhora sua autoestima e se torna poderoso para outras conquistas que pretende na vida.

Portanto não é apenas questão de estética como é visto por muitos, mas juntamente com as questões estéticas vem acompanhada uma melhor condição de saúde física e mental, assim tanto as questões estéticas e as questões de saúde devem ser incentivadas.

 

Quais Cuidados posso ter quanto à Obesidade e o Sobrepeso?

Entenda adiante um resumo dos principais fatores relacionados à obesidade e como lidar com cada uma dessas situações para evitar o ganho de peso excessivo e todas as suas consequências:

 

Fatores Genéticos

a genética comanda muito do nosso corpo.

Fatores genéticos podem estar envolvidos com a obesidade das pessoas, ou com a impossibilidade de ganho de peso em alguns casos.

Há quem possua um histórico familiar de obesidade: Os avós, os pais, os filhos, os netos, etc. Mas a árvore genealógica de uma pessoa não significa que a ela está condenada à obesidade. Para entendermos isso, voltemos para o princípio básico: ingestão vs consumo de energia! Assim, se mesmo com “tendência” genética para a obesidade a pessoa consumir menos energia do que gasta, não será necessariamente obesa, mas apenas indica que ela necessita ter mais cuidado do que a pessoa sem o mesmo histórico.

Os fatores genéticos comandam muito da nossa aparência física, e embora não seja tão simples relacionar a Obesidade com a Genética por ela ter uma relação quase direta com alimentação, podemos compreendê-la melhor se a equipararmos a outros aspetos como a estatura, cor da pele, cor dos olhos, entre outros, que são prioritariamente manifestação genética no corpo.

Fatores Alimentares e Sociais

Precisamos enxergar os alimentos como algo muito comum em nosso meio social (ao menos da maioria das pessoas) e racionalmente nos controlar para não cometermos abusos.

socialização: sempre com comida

A comida é um dos principais elementos de socialização hoje. Em quase todos os eventos sociais, familiares, religiosos, escolares, em quase tudo onde haja pessoas reunidas há também comida.

Muitas vezes uma vasta e farta quantidade de comida pode ser consumida sem limite. Qualquer pessoa em um aniversário, por exemplo, ou num churrasco de fim de semana ou ainda num carrinho de lanche, pode ingerir uma quantidade de comida que, se não for racionalmente controlada, extrapola o limite do corpo e desequilibra a balança da energia consumida e da energia gasta.

Além das refeições rotineiras que se faz no dia a dia, há disponibilidade de alimento fácil para a maioria das pessoas principalmente nas cidades. 

Não precisa ceder ao impulso mas também esse controle não precisa virar uma obsessão. É necessário equilíbrio!

É imprescindível certo controle, observar o peso, cuidar constantemente, de forma sutil e sensata de acordo com seu IMC – Índice de massa Corporal. 

A velocidade com que ganhamos peso nunca é tão grande quanto à velocidade com que queremos ou precisamos perder esse mesmo peso.

Pessoas aumentam de peso de forma contínua e gradativa. A perda do peso também deve ser da mesma forma: contínua e gradativa.

O problema é que nunca notamos o aumento do nosso peso, quando percebemos já estamos no peso que nos incomoda e não observamos que o peso a incomodar hoje começou a ser construído 3, 4, 5 ou 6 anos atrás.

Fatores Físicos

Antes, nossa sociedade tinha um ritmo de produtividade diferente. Tínhamos um sistema de trabalho diferente do que temos hoje. Claro que muitas profissões ainda perduram e continuarão por muitos anos, no entanto, temos no contexto de hoje muito mais profissionais que ganham a vida sentados.

Em muitos aeroportos nem é mais necessário caminhar.

Escadas rolantes, elevadores, esteiras nos aeroportos, automóveis, ônibus, trabalhos domésticos feitos por máquinas: máquina de lavar louça, máquina de lavar roupas, robôs que aspiram, e tantas outras inovações e mecanizações da vida que a tornam muito mais confortável! O grande problema é que junto ao conforto vem o sedentarismo que contribui significativamente para o aumento de peso das pessoas.

Todos são afetados em algum grau pela redução do esforço físico que antes era essencial para tocar a vida.

Tanto é assim que hoje as orientações de especialistas em atividades físicas são na contramão do uso da tecnologia, recomendações do tipo:

– desça do ônibus um ou dois quarteirões antes do ponto e caminhe o restante do percurso.

– se forem um ou dois lances utilize as escadas ao invés do elevador

– incorpore movimentos no seu dia a dia que lhe proporcione gasto de calorias

– Não use o carro para ir à padaria que fica há duas ou três quadras, 

Entre tantas outras recomendações que possuem o propósito de melhorar a qualidade da saúde de pessoas que sofrem com o aumento de peso.

Fatores Psicológicos e Emocionais

Questões emocionais ou psicológicas são geralmente uma consequência do ganho de peso e da obesidade, quer dizer, primeiro o ganho de peso acontece, ocorrem as modificações no corpo e em decorrência disso temos acometimentos emocionais e psicológicos.

Porém, a insatisfação e a infelicidade que o ganho de peso e a obesidade provocam em algumas pessoas, são fatores que interferem na rotina e que pode proporcionar ainda mais ganho de peso.

Isso cria um ciclo vicioso do qual é difícil de desvencilhar.

Em muitos casos desenvolve-se depressão, há casos de discriminação social, nas escolas há o Bullying, nos relacionamentos a dificuldade em ter um parceiro ou uma parceira, nos outros aspectos da saúde do corpo o surgimento de outros problemas como pressão alta, diabetes, problemas cardíacos, entre tantos outros acometimentos.

Todos esses fatores são razão suficiente para afetar a saúde psicológica e emocional das pessoas, e afeta!

Essa é uma das razões de tamanha preocupação dos organismos de saúde com a epidemia de obesidade que se alastra em várias partes do mundo.

Não é necessário que seja assim, cada um pode e deve dar atenção ao seu controle de peso, mesmo que não seja alguém que tenha peso elevado, pois sendo uma variação que pode ocorrer ao longo da vida, nada impede que uma pessoa com o peso adequado hoje tenha, no futuro, os problemas relacionados ao peso do corpo aumentado.

Finalmente

É preciso encarar a obesidade ou o simples ganho de peso como um fator a que todas as pessoas estão sujeitas.

Pra quem não passa pelo problema é importante manter-se vigilante, pois com o passar dos anos pode sim ocorrer um aumento de peso que venha a lhe afetar negativamente.

Para quem hoje sofre com a Obesidade e o ganho de peso, precisa observar que se trata de um assunto permeado por uma gama de fatores bastante complexos, sejam genético, físicos, sociais ou emocionais.

Buscar conhecimento sobre esses fatores que afetam o equilíbrio ponderal (relativo ao peso) para saber lidar com cada um deles e poder controlar o que lhe for mais prejudicial ou intenso.

Embora seja algo de uma complexidade significativa, tudo se resume basicamente ao equilíbrio básico já descrito anteriormente entre a quantidade de calorias que se ingere por meio da alimentação e a quantidade de energia gasta nas atividades físicas que se faz, sejam as atividades rotineiras do dia a dia ou as atividades que possuem o propósito de exercitar-se para melhorar a saúde.

Perder peso, tratar a obesidade, manter o peso dentro dos parâmetros adequados não é uma tarefa fácil, mas é perfeitamente possível. Quem consegue vencer a batalha consigo mesmo diante do impulso natural de alimentar-se e comer sempre um pouquinho mais obtém sucesso na briga com a balança.

Apesar de tantos fatores que nos levam a ceder, apesar de tantos motivos que nos fazem consumir e apesar de tantas razões que temos para colocar a culpa do nosso aumento de peso, não podemos deixar passar que isso também é uma responsabilidade de cada um.

Ninguém fará uma mágica nem apresentará uma fórmula ou uma receita que se for seguida resolverá o problema de peso em excesso. É preciso que cada um assuma sua dose de responsabilidade e tome partido do que é necessário fazer, mesmo que para tanto precise de ajuda. 

Existe muita ajuda disponível hoje, sejam profissionais, dietas, programas de exercícios físicos, entre tantas alternativas. Filiar-se a uma dessas opções disponíveis, com a ajuda adequada se necessário e decidir-se a perder o peso em excesso é um excelente começo para alcançar, em médio prazo, o objetivo.  

No fim de tudo, a questão do peso corpóreo se resume a uma lógica essencialmente matemática, é o equilíbrio (ou o desequilíbrio) entre a energia que ingerimos e a energia que gastamos.

E lembre-se, a recompensa de cuidar de nós mesmos hoje é encontrar, no futuro, com a pessoa que queremos ser!

 

Equipe Portal do Cuidado.

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